Matilde era minha colega na escola,
uma rapariga simpática e muito aplicada.
Num dia de sol, Matilde chega à escola com um chapéu-de-chuva azul. Toda
a gente ficou a olhar para ela e a professora perguntou-lhe por que é que tinha
trazido o chapéu-de-chuva.
Matilde disse-lhe que chovia da parte da tarde e portanto trouxe o chapéu-de-chuva
azul para se prevenir.
No intervalo da manhã, eu fui ter com a Matilde para a convidar a
brincar. Ela estava com o guarda-chuva azul na sala e disse que me tinha que
contar um segredo.
- Este guarda-chuva é mágico e voa.
- Matilde, o chapéu voa? – perguntei
eu.
- Eu encontrei este guarda-chuva azul
no meu sótão. E fiquei muito admirada porque ele convidou-me a sobrevoar a
cidade de Viseu, passando pela Feira de S. Mateus.
Eu fiquei com vontade de me rir,
porque decerto que ela sonhara esta fabulosa história.
Depois de pensar um pouco, disse:
- Eu quero ver esse chapéu voar.
Combinámos que o passeio seria no fim
das aulas para me mostrar como voava.
Durante todo o dia, andei ansioso,
até parecia que o tempo nem passava. Mas o dia chegou ao fim e fomos os três:
eu, a Matilde e o guarda-chuva, a um parque que havia nas proximidades da
escola.
Peguei no guarda-chuva azul e
disse-lhe:
- Olá!
Mas, como era de prever ele não me
respondeu.
A Matilde ajoelhou-se e apresentou-me
como um amigo muito especial, capaz de guardar o segredo do Azul.
Para meu espanto, o guarda-chuva
disse:
- Queres dar uma volta comigo?
E eu, muito espantado, disse
gaguejando:
- Queeeeero! Mas é seguro?
- Só tens que te agarrar ao cabo.
Eu agarrei-me com muita força e lá
fomos nós, pelo ar.
Matilde acenou-nos e disse para
depois irmos ter a sua casa. Voando por cima das casas, víamos as pessoas
andarem de um lado para outro e a conversarem, os carros a passarem rapidamente
e até as árvores estavam diferentes.
A cidade de Viseu, vista das alturas
parecia outra cidade.
Eu acenava às pessoas mas nenhuma me
respondia. De repente, o Azul gritou:
- Agarra-te bem.
E começou a fazer umas piruetas, umas
cambalhotas e outras manobras próprias de guarda-chuva.
Parámos mesmo à porta do Museu do
Gelo e entrámos. O Segurança pediu-me dinheiro para o bilhete de entrada. E
inconscientemente, coloquei a mão no bolso direito e descobri o dinheiro do
bilhete.
A Matilde tinha razão. O Guarda-chuva
Azul era mesmo mágico. Visitámos o Museu que é um lugar muito bonito e ao mesmo
tempo muito frio.
Mas já estava a ficar muito tarde e
era preciso entregar o chapéu à Matilde.
Fomos então para casa da minha amiga.
Ao batermos à porta, ela apareceu com
um ar muito zangado.
- São horas de chegar? Já estava preocupada-
disse a Matilde.
- Eu sei que já é muito tarde mas
desculpa, distraímo-nos com as horas. Foi um passeio fantástico. Olha Matilde,
fomos a um sítio onde nunca tinha ido: o Museu do Gelo.
- A mim levou-me à Feira de S.
Mateus. Também foi uma viagem fantástica.
- Adeus Matilde. Amanhã
encontramo-nos na escola. Até amanhã.
- Até amanhã Jorge.
Depois de muitos anos, eu e a Matilde
continuamos a guardar o segredo do Azul, um guarda-chuva mágico que fala e voa.
A VIAGEM COM O CHAPÉU DE CHUVA AZUL
Certo dia saí de casa e no meio do meu jardim vi um lindo chapéu azul. Mas este chapéu não era igual aos outros pois este tinha dois lindos olhinhos azuis e uma enorme boca. E bem como este tinha uma boca, pensei que talvez ele também pudesse falar, e resolvi perguntar-lhe o que ele fazia e ele fazia e ele respondeu-me:
- Sou um chapéu azulzinho abandonado e mágico porque eu consigo voar e falar e ando á procura de alguém que queira dar um passeio comigo. E que tal tu?
Primeiro ainda fiquei um pouco assustada mas depois sorri e disse um pouco a gaguejar:
- Eu, tu-tu tens a certeza que queres dar um passeio comigo?
- Sim claro que sim, diz-me onde desejas ir?
- Eu gostava de ir até á praia e tu? – Perguntei.
- Eu também, agarra o meu cabo. – Respondeu o chapéu azul.
- Está bem e aqui vamos nós. – Disse eu a gritar enquanto nos preparávamos para levantar voo.
E lá levantamos voo. Eu olhava fixamente para o chão, era tudo tão lindo. As pessoas pareciam formiguinhas a andar encarreiradas, as estradas pareciam linhas retas, e as rotundas pareciam linhas curvas fechadas. E mais tarde lá chegamos ao nosso local desejado. Havia lá imensas pessoas e também estava muito calor. Estendemos uma toalha no chão e lá ficámos nós a falar durante toda a tarde. Falamos sobre os nossos melhores momentos, das nossas viagens e etc.
Antes do pôr-do-sol fomos até ao bar da praia beber um saboroso e refrescante batido de frutas. E a nossa conversa continuou até que começou a anoitecer e o chapéu azul me levou a casa.
Pelo caminho tudo era maravilhoso: a rua estava toda iluminada, as pessoas continuavam a parecer um carreirinho de formigas, as estradas continuavam a parecer as mesmas linhas retas, as rotundas também continuavam a parecer as mesmas linhas curvas fechadas. Mas existia uma única diferença, há noite havia luz e por isso pareciam lindos pirilampos a cintilar. E tudo continuava maravilhoso até que cheguei a casa e tudo parecia um sonho.
O chapéu azul ficou comigo, porque, depois daqueles momentos, não o iria abandonar. E a partir deste momento o chapéu azul de olhinhos e boca passou a ser o meu melhor amigo.
E desde aí passou a acompanhar-me para todo o lado.
Texto
escrito por Tânia
A VIAGEM COM O CHAPÉU DE CHUVA AZUL
Carolina
é uma menina de 7 anos, e no seu aniversário o seu pai ofereceu-lhe um chapéu-de-chuva
azul e a carolina disse:
- Pai porque é que tu me estás a dar um
chapéu-de-chuva se nós estamos no verão?
- Carolina este chapéu-de-chuva não é um
chapéu qualquer.
-Então porquê?
- Abre o chapéu e diz as palavras mágicas:
“Voa abracadabra azul”.
Carolina abriu o chapéu e disse as palavras
mágicas. E de repente começou a voar.
A Carolina sobrevoou, serras, vales,
planícies, aldeias, vilas, cidades e tudo o que fosse possível e imaginário,
conhecer, e chegou mesmo a dar a volta ao mundo.
Quando ela regressou à sua cidade Viseu,
passeou muito, e foi ter com seu pai para lhe contar a sua grande, divertida e
misteriosa aventura:
- Papá, papá, eu tive uma aventura muito
divertida, eu dei a volta ao mundo num dia e aquele senhor inglês deu-a em 80
dias.
- Vês Carolina foi divertido não foi?
- Foi papá, mas agora estou cansada preciso
de ir dormir.
- Mas antes de dormir conta-me se fizeste
algum amigo na tua viagem?
-É engraçado eu conheci um senhor pequenino
que andava sempre aos pulos.
- Ah! Esse é o Anãozinho Saltitão.
- Pai? Tu já o conheces?
- Sim, Carolina, quando eu tive a tua idade,
o meu pai deu-me esse chapéu para poder viajar. É na realidade um chapéu
familiar mágico. Até fala, tens que lhe perguntar como se chama.
- Sabes filha, é importante conhecermos o
mundo, novas culturas e novas pessoas.
- Continua a sonhar e a viajar. Mas agora também
estou muito cansado, hoje foi um grande dia de trabalho, e eu acho que já
tivemos aventuras que cheguem não achas?
- Sim papá, vou dormir
E Carolina e o seu pai foram descansar pois
estavam muito cansados.
Bem, estou a ficar muito cansada, acho que
também preciso de ir dormir.
Então
ficaremos por aqui e amanhã acompanharemos mais um dia de Carolina.
Texto
escrito por Maria Rita