Pensando em voz alta…
Chegou
o mês de Março solarengo e alegre com o cantar dos passarinhos.
As
flores, ao ouvirem o chilrear, abriram as suas pétalas e os campos inundaram-se
de cores e de perfumes.
As
ruas da nossa cidade ficaram mais bonitas e até as árvores vestiram-se de verde
para receber a Primavera que estava a chegar.
Na
nossa Pediatria, os adolescentes e as crianças internadas receberam a visita de
duas escolas da nossa cidade, que vieram declamar alguns poemas, no fundo,
tivemos duas Tertúlias Poéticas.
As
atividades foram várias, durante este mês. A par das tarefas escolares enviadas
pelas escolas, tivemos a Semana da Poesia. Podemos mesmo dizer que a poesia
andou no ar, até porque os nossos jovens se transformaram em verdadeiros
poetas! E aos livros juntaram-se as palavras e as frases escritas pelos nossos
adolescentes.
E
a terminar, gostaria de vos deixar um excerto do poema Brincar com as Palavras
de Luísa Ducla Soares:
As palavras também
brincam
Fazem cada coisa louca
Saltam na ponta da
língua
São estrelas no céu da
boca.
No dia 21 de Março
comemorou-se o Dia Mundial da Poesia e a Pediatria associou-se às comemorações.
No dia 19 iniciou-se a Semana da Poesia
que consistiu no estudo da tipologia e da especificidade do texto poético, na
leitura de poemas de diversos escritores e na realização de tarefas ligadas à
escrita de poemas.
Durante esta semana tivemos a visita de
duas escolas da cidade de Viseu: a Escola Grão Vasco e a Escola Alves Martins
que nos trouxeram um teatro e uma tertúlia poética.
Os alunos da Escola Grão Vasco trouxeram
uma dramatização da obra de Werner Holzwarth A toupeira que queria saber quem
lhe fizera aquilo na cabeça e a leitura expressiva de alguns poemas do
livro de José Jorge Letria Porta-te Bem.
A Escola Alves Martins trouxe uma
tertúlia poética que se iniciou com a leitura expressiva do poema “ Pachos na testa, testo na mão” de
António Lobo Antunes. Mas o poema que obteve mais aplausos foi “ Romance de 10 meninas casadoiras.”
Seguem-se alguns textos
poéticos escritos pelos adolescentes internados na Pediatria.
ACABA de CHEGAR
Ainda ontem começou e
Veio para ficar.
Mal abri a janela
Ouvi logo os pássaros a cantar,
Era uma linda melodia,
Acompanhada de raios de sol
E flores a abrir
Como um lindo girassol.
Nem faltou a doce brisa
Que passeava pelos meus cabelos.
De manhã ao acordar,
Senti aquele perfume no ar.
Vesti-me à pressa e saí,
Pois não me queria atrasar
Para ao parque ir
E aos meus amigos contar.
|
A minha rua estava em festa,
Era um manto de aguarelas,
Havia muitas flores,
Joaninhas e borboletas de várias cores.
Encontrei os meus amigos
Alguns brincavam,
Outros namoravam
E uma menina dançava.
A alegria deles era tanta,
Que um sorriso em todos pairava.
Disse olá a todos eles
E todos me responderam:
- Vamos comemorar!
Porque…
A Primavera acaba de chegar!
|
Trabalho
realizado por: André, Cristiana, Joana, João, Manuela e Ruben
Primavera
Chegou
a Primavera
É
um dia especial
Talvez
alguns meninos
Possam
ter alta do hospital.
Não podíamos estar mais contentes,
Estamos mesmo radiantes
Se nos dessem uma notícia dessas
Ficávamos como estrelas cintilantes.
Pedimos muitas desculpas
Pois não fizemos o poema,
Mas prometemos que ainda hoje
Escolhemos um tema.
Joana e Cristiana
Tic-Tac
Parece estranho,
Não ter o que dizer…
Mas decidimos pegar
na caneta
E começar a escrever.
Fizemos riscos e
rabiscos
E no meio desta riscalhada
Um Poema iria surgir
Do nada!
Era difícil encontrar
o tema,
Mas alguma coisa
havia de surgir.
Depois de tanto olhar
para o relógio
Talvez o tema
acabasse por vir.
Só o som do relógio
se ouvia:
- Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
E no silêncio,
O tema surgia….
Tic-tac , tic-tac
Passou a ser o tema
do nosso poema,
E era um tema muito
especial,
Visto que dali a
horas
Iriamos sair do
hospital.
Houve momentos,
Em que o tempo
parecia não passar
E os minutos teimavam
em parar.
Mas o tempo foi
avançado,
O Tic-tac do relógio
continuava
E nos momentos mais
difíceis
A esperança nunca
faltava.
Chegou a hora de ir
embora
Dissemos adeus a toda
a gente.
Pegámos no relógio,
E saímos de cara
contente.
A quem fica,
Desejamos as melhoras
A amizade continuará,
E o som do Tic-Tac
permanecerá.
Olá a todos. O meu nome é João e escolhi
o poema de Augusto Gil Balada da Neve para fazer a ilustração que se segue:
BALADA DA NEVE
“…
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…”
EU ESCOLHI UM POEMA
Eu sou o Daniel e foi-me proposto um trabalho
sui generis. Tinha que escolher um poema e fazer uma pequena reflexão crítica
sobre o poema escolhido.
Ontem, ofereceram-me o livro de Florentino
Pereira, intitulado Cenários do meu existir. Depois de uma rápida olhadela ao
livro, escolhi um poema intitulado “Máscaras”.
A minha escolha recaiu neste poema visto que,
ao ler o poema, não pude deixar de valorizar o seu carater intimista e ao mesmo
tempo crítico.
O autor, Florentino Pereira, é um sacerdote
cristão que não aprecia o Carnaval, enquanto data festiva, dada a origem pagã
desta festa.
No entanto, em Máscaras, não retrata somente o Carnaval e os cortejos festivos.
Este poema, em certa medida, retrata a sociedade presente, baseada nas
aparências e na utilização de máscaras.
Assim, podemos analisar este poema partindo de
duas realidades: o retrato das máscaras de Carnaval, visto ser Carnaval, e o
retrato da sociedade em que vivemos que utiliza a máscara diariamente.
O mundo é belo, segundo o conceito do autor,
mas o homem sente necessidade de se mascarar, colocando uma tela para tapar a
face, esconder o corpo e assim se transformar numa outra personagem ou figura.
A nossa sociedade está cheia de pessoas que diariamente põem as suas máscaras e
assim o mundo vai perdendo a sua beleza e inocência inicial.
Devemos
usar, segundo o sujeito poético, máscaras apenas no Carnaval e sermos nós
próprios todos os dias, não tentarmos ser alguém que não somos. A beleza da
nossa sociedade reside na individualidade, autenticidade e diferenciação que
existe.
Como diz Florentino Pereira:
“ … Dia a
dia, o mundo vive mascarado, introjão
Que se
tanta máscara fosse eliminada
O mundo
seria belo, verdadeiro, irmão…
O mês de Março chegou
carregado de livros. Vinha muito cansado, mas rapidamente os adolescentes o
ajudaram a libertar-se do peso, visto que todos pretendiam um livro para ler.
Aliado às leituras foram aparecendo trabalhos
fantásticos, como podemos ver de seguida. Um dos livros mais requisitados foi Princesas
esquecidas ou desconhecidas de Philippe Lechermeier e Rebecca
Dautremer
Olá eu sou a Francisca e vou falar-vos da
Princesa Fassolá.
A Princesa Fassolá tem cabelos longos e cor de
laranja, tem uma cara oval e com sardas, nariz bicudo, pernas finas e muito
altas.
É uma princesa que toca violoncelo na orquestra
do maestro Tempo Moderato.
Eu escolhi esta princesa porque achei que ela
era simpática, engraçada e tocava violoncelo com os cabelos.
A Princesa Fassolá faz parte do grupo das
princesas esquecidas ou desconhecidas que o livro Princesas esquecidas ou desconhecidas
de Philippe Lechermeier e Rebecca Dautremer retrata.
A Princesa
Era triste e solitária.
O mundo fechado a um
passo de distância.
Era linda, musical…
E no entanto
melancólica
A pequena princesa
Fassolá.
Vivia rodeada de
criados
Num palácio luxuoso e
abençoado
Mas a sua companhia…
O que a fazia sentir-se
completa
Era a música!
Cantarolava por tudo e
por nada
Até que um dia
encontrou uma flauta
Esta tornou-se fonte de
uma melodia
Que enxugava lágrimas…
Curava corações
partidos
E esboçava sorrisos nos
rostos dos seus ouvintes!
Manuela
O Mundo das Princesas
Um aceno principesco a todos os que me leem. Neste
mundo fictício de princesas, e depois de ter lido o livro Princesas esquecidas ou desconhecidas,
escolhi ser a princesa preguiçosa.
A minha escolha recaiu nesta princesa porque eu
também sou um pouco preguiçosa. Gosto de acordar tarde e vou para a cama cedo
como a princesa do livro, direi mesmo que vou para a cama com as galinhas.
Se calhar não sou bem uma princesa preguiçosa mas
antes dorminhoca.
Bem, dorminhoca ou preguiçosa, eu gosto é de ficar
estendida no sofá, não fazer nada e descansar.
É tão bom!!! Nas férias ando sempre de bom humor,
dado que não há horários a cumprir.
Quando não estou a preguiçar, gosto de dançar.
Coloco a música no meu MP3 e lá vou eu deslizando pelos corredores da casa.
Deixo logo de ser uma princesa preguiçosa e passo a ser uma princesa bailarina,
com asas nos pés.
Até um dia destes e boas preguiças. Mas já agora,
o meu nome é Filipa e não sou uma princesa verdadeira, embora não me importasse
de pertencer à família real.
O meu nome é Leonardo e li o poema “A
Fada Palavrinha”, retirado do livro Brincar com as Palavras de Luísa
Ducla Soares.
Era uma vez um rei que tinha um tesouro
com moedas de ouro, esmeraldas e diamantes. Com o tesouro, o rei decidiu
construir um palácio com muitas estantes para colocar os livros. Os livros
chegaram ao palácio no dorso de um elefante.
Depois de colocados nas estantes, vieram
as traças e começaram a comer as páginas dos livros. Mas apareceu um morcego
que ajudou o rei a livrar-se das traças.
No
fim da história, veio a Fada Palavrinha que deitava uns pós de perlimpimpim.
O mês de Março terminou com um recado, escrito
por Carlos Pinhão e Catarina Rebello e retirado do livro Sete Recados.
Este recado é dirigido à formiga, à cigarra e a
todos os adolescentes que se considerem formigas e cigarras, visto que é
preciso brincar e trabalhar nas proporções certas. A todos um bom trabalho e
boas leituras.
… Cigarra
Aqui
para nós que a formiga
Não
está a escutar
mete no
toutiço
Que não
basta ser boa rapariga
E ter
boa voz.
É
preciso trabalhar
-pensa
nisso!
… Formiga
Aqui para nós
Que a cigarra não nos escuta
Pára um bocadinho
Com essa labuta.
Qualquer dia
Ó desgraçada
Tens o celeiro cheio
E não tens mais nada.
Procura as seguintes palavras na Sopa de Letras:
estrofe, métrica, poema, poeta, quadra, rima,
soneto e verso
A
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X
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C
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