ERA UMA VEZ UM ALFAIATE
Era uma
vez um velho alfaiate que costurava as roupas e o calçado para os príncipes e
princesas do seu reino.
Mas um
dia, o velho alfaiate foi-se embora do palácio porque sentiu uma enorme
tristeza e um enorme vazio no lugar do coração.
Andou,
andou sem destino até que chegou a uma aldeia perdida no monte onde os habitantes
não tinham sapatos. Depois de muito pensar, decidiu que os iria ajudar e
começou por costurar muitos sapatos. Os habitantes ficaram muito contentes e a
partir desse dia, sempre que saiam à rua, levavam os seus belos sapatos
calçados.
Antes
de continuar a viagem, atou a ponta de uma linha a uma pedra porque, se um dia
decidisse voltar, o fio indicar-lhe-ia o caminho.
Pegou
na sua caixa de costura e iniciou a caminhada. Depois de muito andar, chegou a
uma localidade onde as pessoas estavam muito aflitas. A aldeia estava próxima
de um vulcão que durante anos e anos tinha estado adormecido. No entanto, de um
dia para o outro, o vulcão acordou e estava prestes a explodir.
Muito
compenetrado, subiu à cratera do vulcão e coseu as pontas do monte, impossibilitando
que a lava escorresse e destruísse a aldeia.
Antes
de sair da aldeia, atou a ponta de uma linha a uma pedra porque se um dia
decidisse voltar, o fio indicar-lhe-ia o caminho.
A
viagem continuou sem grandes sobressaltos. Passou por muitas aldeias e cidades,
conheceu muitas pessoas até que chegou a uma terra muito pequenina. Nessa vila
vivia uma menina que tinha sido convidada para um baile de máscaras. Como não
tinha um fato adequado, foi pedir ao senhor alfaiate para lhe costurar o
vestido, em troca de uma cesta de laranjas, visto que o único bem que a menina
tinha era uma laranjeira que o avô lhe tinha deixado. Ele aceitou com muito
agrado o pedido da menina e começou a cortar e a coser os panos que ia tirando
do baú.
Chegado
o dia do baile, a menina, muito envergonhada, vestiu o lindo vestido e ficou
uma verdadeira princesa. Todos os habitantes da aldeia elogiaram o vestido mas,
o que eles não sabiam é que o vestido era especial.
No
bolso do vestido, o alfaiate tinha colocado um saquinho cheio de pós mágicos e
brilhantes. O baile começou e enquanto a menina bailava, ia espalhando o pó
mágico por todos e a partir desse dia nunca mais houve maldade naquele lugar.
Assim
que o baile terminou, o alfaiate atou a ponta de uma linha a uma pedra porque
se um dia decidisse voltar, o fio indicar-lhe-ia o caminho. No entanto, antes
de se ir embora deixou, à porta de casa da menina, o cesto das laranjas com um
pequeno paninho onde constava bordado o seu nome.
E
seguiu o seu caminho.
Se
algum dia encontrarem um senhor a segurar muitos fios e com uma linda caixa de
costura, decerto que é o nosso amigo velho alfaiate.
Digam-lhe
olá e deixem-no continuar a viagem de ajudar os outros….