Olá, eu sou a castanha Tita e venho contar a minha história.
Sou uma pequena semente que surge no interior do ouriço. O fruto do castanheiro que é o meu pai. Faço parte da família dos aquénios.
Sou oriunda da Ásia Menor, dos Balcãs e do Cáucaso e tenho mais de 100 mil anos.
Existem várias espécies de castanhinhas como eu, em Bragança são comuns a camarinha, a judia e a longal ou enxerta. Somos ricas em vitaminas C e B6 e somos também uma boa fonte de potássio.
A minha família (folhas, casca, flores e fruto) tem sido utilizada na medicina devido às nossas propriedades curativas e profiláticas, adstringentes, sedativas, tónicas, vitamínicas, remineralizantes e estomáquicas.
Antigamente, os Romanos e os Gregos colocavam-nos em ânforas cheias de mel silvestre para conservar o nosso delicioso sabor.
Na Idade Média, nos mosteiros e abadias, os monges e as freiras utilizavam-nos frequentemente para as suas receitas e depois de moídas, tornávamo-nos num dos principais farináceos da Europa.
Com o Renascimento, a gastronomia assumiu um novo requinte e surgiu o “Marron Glacé”, feito com castanha cozida e mergulhada em calda de açúcar.
Actualmente somos comidas assadas ou cozidas com erva-doce. Podemos ser servidas como aperitivos, como o pistácio e a noz: os meus fantásticos primos.
A minha família constitui um tema para ditos, lengalengas, canções, quadras e contos populares, principalmente no Nordeste Transmontano.
Sou muito feliz, nesta minha vida de castanha.