Os adolescentes internados decidiram escrever uma história colectiva, uma história em que todos dessem o seu contributo: Inês, Mariana, Carolina, Jéssica, Tatiana, Marisa, Tiago, Luís e André.
E assim, surgiu a
Era uma vez um rapaz que gostava muito de fazer traquinices, como por exemplo subir às árvores, partir gnomos de jardim, destruir as flores com a bola. Este rapaz adorava jogar à bola e andar de bicicleta.
Um dia, o rapaz pegou na bicicleta e foi de encontro ao portão da vizinha.
A vizinha, muito aflita apareceu à janela e perguntou ao rapaz se estava bem. Ele respondeu que lhe doía um joelho e que não se conseguia levantar.
De seguida a vizinha foi chamar os bombeiros. Chegou o INEM e decidiram levar o rapaz para o Hospital de São Teotónio, mais propriamente para a Pediatria. Ao chegar ao hospital perguntaram como se chamava e ele respondeu que se chamava Pedro e que tinha 15 anos.
O médico que o viu mandou fazer um raio-X ao joelho e descobriu que tinha magoado o menisco.
No início Pedro ficou muito zangado, pois não queria passar as férias da Pascoa internado no hospital, mas como descobriu que havia internet e playstation ficou mais animado…
Pedro começou a divertir-se, no hospital, embora fosse impossível ele se esquecer completamente do que o levará ali. Eram os seus amigos e a sua professora no hospital que o ajudavam a divertir-se e a ocupar os seus dias, que, no hospital, pareciam demorar uma eternidade.
Todos os dias ele pintava, lia, desenhava e fazia fantásticos trabalhos com os seus novos amigos e com a professora. Ele sentia-se muito melhor e mais alegre.
Conheceu cinco amigos: o Ricardo, a Beatriz, a Daniela, o Guilherme e o Luís. Adorava brincar e falar com eles, porque todos tinham uma personalidade diferente e estavam internados por motivos diferentes. O Ricardo era um desportista nato e passava a vida a jogar futebol. Um dia, num jogo, partiu o pé e teve que ser internado. A Beatriz era muito divertida e estava no hospital apenas para fazer uma cirurgia a um quisto no braço. A Daniela era vaidosa e tinha sido internada por anorexia. Já o Guilherme estava com uma gastroenterite, mas sempre optimista. E por fim o Luís, que tinha uma hemorragia.
Era este o seu grupo de amigos, com quem passava todo o dia e partilhava todas as emoções. Quase se esquecia que estava internado e que os dias iam passando.
Um dia, o Pedro ficou admirado com a grande novidade que o médico lhe estava a dar:
- Pedro, tens alta. Durante 15 dias vais andar com muletas e depois tens consulta, nada de fazer exercício físico. Combinado?
Os pais estavam todos animados, mas o Pedro sentia um misto de alegria e tristeza.
- Que se passa, Pedro? – perguntaram os pais.
- Nada, nada – responde triste o Pedro – É que nunca mais vou ver os meus amigos, estes aqui do hospital!
- Claro que vais! Podem trocar os números de telemóvel, falar pela internet… E, quando todos tiverem alta, irão a nossa casa para um belo lanche. Eu depois falo com os pais dos teus novos amigos. – disse a mãe.
O médico interrompeu a conversa e avisa:
- Está na hora de ires embora. Aqui estão todos os papéis e até à próxima consulta.
O Pedro foi, muito triste, despedir-se de todos os seus amigos e da professora, prometendo que manteria o contacto.
O Princesas Esquecidas e Desconhecidas de Philippe Lechermeier, continuou a ser um dos livros mais lidos durante o mês de Maio.
Como não podemos publicar todos os trabalhos, deixamos aqui dois dos mais vistos e comentados durante este mês.
A Maria decidiu inventar a sua própria princesa: a Princesa Artista.